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Medidas não devem evitar retração na economia
As medidas de prorrogação da redução do IPI foram bem recebidas por representantes da indústria e do comércio, mas com algumas ressalvas.
Jacqueline Farid, Paula Pacheco e Irany Tereza
As medidas de prorrogação da redução do IPI foram bem recebidas por representantes da indústria e do comércio, mas com algumas ressalvas.
O economista da Unicamp e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Julio Sérgio Gomes de Almeida, considera as medidas "perfeitas". Segundo ele, "a ampliação do prazo ocorre para os segmentos que mais precisam, não há reparos a fazer". Contudo, no que diz respeito especificamente aos investimentos, ele disse que as iniciativas governamentais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não serão suficientes. "O investimento ainda vai ficar na rua da amargura."
O argumento de Gomes de Almeida é que seria necessária uma medida de impacto mais forte para alavancar os investimentos, como a redução de imposto de renda para empresas que se comprometerem a investir ainda a partir deste ano.
Na avaliação do professor da PUC-RJ e economista da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, as medidas fiscais são positivas e devem estimular o nível de atividade doméstica de alguma forma, mas não devem ser suficientes para evitar que o Produto Interno Bruto (PIB) registre uma retração próxima a 0,5% este ano.
Para o acadêmico, boa parte das ações anunciadas ontem, somente devem deflagrar uma retomada mais vigorosa do crescimento interno se a economia mundial apresentar uma recuperação muito forte no segundo semestre. "Com uma retomada mais intensa da economia global, as exportações do País e boa parte da produção industrial brasileira avançariam com maior velocidade. Mas esse cenário internacional bem mais positivo nos próximos seis meses é pouco provável", comentou Camargo.
Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério Souza, "a redução dos custos de investimento é fundamental para que o País volte a crescer". O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, e o economista da Federação do Comércio do Rio Christian Travassos acreditam que a prorrogação da redução do IPI sobre bens duráveis vai representar um novo fôlego para as vendas do comércio varejista.
Souza, do Iedi, avalia que a prorrogação da redução do IPI garantirá a continuidade dos efeitos benéficos que a medida teve sobre o setor automobilístico desde o início do ano e, no caso dos fabricantes de linha branca, a partir da metade deste segundo trimestre.
Para Thadeu de Freitas, da CNC, as medidas "vieram na hora certa". Segundo ele, é possível que, com a prorrogação, os resultados do varejo e do varejo ampliado (veículos e material de construção) de 2009 venham acima do inicialmente esperado. "Os varejistas vão reduzir os preços e aumentar as vendas, apesar da dificuldade de crédito", acredita.
O setor de máquinas e equipamentos retomou o otimismo depois do anúncio feito do BNDES. Luiz Aubert, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), prevê que a queda do faturamento das empresas estanque a partir de agora e as vendas voltem a crescer dentro de seis a 12 meses. "Foi a melhor forma de incentivar o investimento. Tem empresa com queda de até 75% no faturamento. Agora, se ela tiver algum financiamento com o BNDES, poderá protelar em até um ano o pagamento com o juro já contratado. É um dinheiro que fica no caixa para investir."
Segundo Aubert, as máquinas poderão baratear em até 20%. "Até a importação deve cair, porque o cliente vai ver que é mais vantajoso financiar aqui com uma taxa fixa de 4,5% ao ano por 10 anos. Quem estava com projeto engavetado a hora é agora."
O economista da Unicamp e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Julio Sérgio Gomes de Almeida, considera as medidas "perfeitas". Segundo ele, "a ampliação do prazo ocorre para os segmentos que mais precisam, não há reparos a fazer". Contudo, no que diz respeito especificamente aos investimentos, ele disse que as iniciativas governamentais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não serão suficientes. "O investimento ainda vai ficar na rua da amargura."
O argumento de Gomes de Almeida é que seria necessária uma medida de impacto mais forte para alavancar os investimentos, como a redução de imposto de renda para empresas que se comprometerem a investir ainda a partir deste ano.
Na avaliação do professor da PUC-RJ e economista da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, as medidas fiscais são positivas e devem estimular o nível de atividade doméstica de alguma forma, mas não devem ser suficientes para evitar que o Produto Interno Bruto (PIB) registre uma retração próxima a 0,5% este ano.
Para o acadêmico, boa parte das ações anunciadas ontem, somente devem deflagrar uma retomada mais vigorosa do crescimento interno se a economia mundial apresentar uma recuperação muito forte no segundo semestre. "Com uma retomada mais intensa da economia global, as exportações do País e boa parte da produção industrial brasileira avançariam com maior velocidade. Mas esse cenário internacional bem mais positivo nos próximos seis meses é pouco provável", comentou Camargo.
Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério Souza, "a redução dos custos de investimento é fundamental para que o País volte a crescer". O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, e o economista da Federação do Comércio do Rio Christian Travassos acreditam que a prorrogação da redução do IPI sobre bens duráveis vai representar um novo fôlego para as vendas do comércio varejista.
Souza, do Iedi, avalia que a prorrogação da redução do IPI garantirá a continuidade dos efeitos benéficos que a medida teve sobre o setor automobilístico desde o início do ano e, no caso dos fabricantes de linha branca, a partir da metade deste segundo trimestre.
Para Thadeu de Freitas, da CNC, as medidas "vieram na hora certa". Segundo ele, é possível que, com a prorrogação, os resultados do varejo e do varejo ampliado (veículos e material de construção) de 2009 venham acima do inicialmente esperado. "Os varejistas vão reduzir os preços e aumentar as vendas, apesar da dificuldade de crédito", acredita.
O setor de máquinas e equipamentos retomou o otimismo depois do anúncio feito do BNDES. Luiz Aubert, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), prevê que a queda do faturamento das empresas estanque a partir de agora e as vendas voltem a crescer dentro de seis a 12 meses. "Foi a melhor forma de incentivar o investimento. Tem empresa com queda de até 75% no faturamento. Agora, se ela tiver algum financiamento com o BNDES, poderá protelar em até um ano o pagamento com o juro já contratado. É um dinheiro que fica no caixa para investir."
Segundo Aubert, as máquinas poderão baratear em até 20%. "Até a importação deve cair, porque o cliente vai ver que é mais vantajoso financiar aqui com uma taxa fixa de 4,5% ao ano por 10 anos. Quem estava com projeto engavetado a hora é agora."