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O diferencial competitivo do país com a adesão às normas internacionais de Contabilidade

Contador e conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Wellington Cruz explica o processo de internacionalização no setor público e privado

Você sabia que existe uma padronização contábil, de alcance global, capaz de realizar a compreensão facilitada da contabilidade empresarial em qualquer lugar do mundo? Sim, não só existe, como sua implementação é uma excelente medida para empresas que buscam aprimorar o compliance em suas operações.

A sigla IFRS, na Contabilidade, representa as normas internacionais de relatório financeiro, que foram desenvolvidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb), com o objetivo de estabelecer padrões globais para os procedimentos contábeis e critérios de negociação. São essas normas que determinam como os procedimentos contábeis devem ser executados dentro de uma empresa, incluindo a elaboração de demonstrações contábeis.

Segundo o conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Wellington Cruz, o processo de internacionalização da contabilidade iniciou pelo setor privado.

"As normas IFRS (International Financial Report Standard) estabelecem padrões internacionais de contabilidade financeira, são emitidas pelo Iasb – que é um órgão regulador, com sede em Londres –, e adotadas em mais de 138 países no mundo, que representam mais ou menos 80% do PIB mundial. Inclusive, o Conselho Federal de Contabilidade faz parte desse órgão, e o Brasil, então, em 2007, criou uma lei que versa sobre o padrão de contabilidade da Lei de Sociedades Anônimas aqui no Brasil, o qual passou a adotar as normas internacionais de Contabilidade", explica.

Com o Brasil inserido no cenário da globalização e do mercado de capitais, foi necessário adotar as normas internacionais de contabilidade, com o propósito de minimizar os diferentes critérios e práticas para reconhecer e mensurar cada transação. Aplicando as IFRS, é possível alcançar uma padronização na contabilidade, independentemente do país de origem da empresa, garantindo uma linguagem financeira comum e compreensível em nível internacional.

"O Brasil, ao adotar essas normas, passa a ser um player, com o mesmo padrão internacional. O padrão internacional de demonstrações e relatórios contábeis faz com que a gente garanta competitividade nas empresas brasileiras, porque ganha comparabilidade com as empresas internacionais, ou seja, a mesma forma como a contabilidade é reconhecida, como o lucro se dá. No Brasil, o lucro por ação se dá a partir da contabilidade e do que os relatórios indicam, e também será o mesmo que vai apurar na Espanha, em Portugal e em outros países europeus", prossegue Wellington.

Percebeu-se uma maior transparência e possibilidade de entendimento das demonstrações contábeis de outros países. Houve uma maior integração com o mercado internacional de capitais, já que ele possuía exigências relativas ao risco e à estrutura das demonstrações contábeis apresentadas.

"Isso faz com que, principalmente, o contador brasileiro seja um contador global, em termos de padrões que ele adota com normas para seguir. Então, o Conselho Federal editou essas normas e passou a ser um regulador”, afirmou o conselheiro.

Ao considerar as IFRS, as empresas também ganharam eficiência, pois o modelo de normas exige relatórios internos e externos que permitem uma otimização e padronização das atividades contábeis.

Impactos para os contadores

Devido à forte influência governamental sobre a contabilidade, antes mesmo da adoção das IFRS, a profissão contábil já possuía no Brasil um caráter bastante desafiador, exigindo dos profissionais a busca constante pelo conhecimento e pela atualização.

Para Wellington Cruz, o mercado privado, quando vem investir, observa os números da contabilidade pública para ver se vai investir, ou não, no país.

"Deve ser analisada a capacidade de pagamento, de endividamento, com o reconhecimento das receitas, dos passivos. Isso faz com que exista mais transparência. Tanto no setor privado como no público, esses padrões já foram implantados. No Brasil, ainda não está 100%, mas a Secretaria do Tesouro Nacional pede que estejam cada dia mais alinhados", finaliza.